Vinci compra o Outback Brasil por R$ 2 bilhões
A Vinci Partners acaba de fechar a compra da operação do Outback no Brasil, avaliando o negócio a um enterprise value de R$ 2,057 bilhões.
A transação vinha sendo negociada desde o início deste ano e atraiu diversos interessados, todos fundos de private equity. Na reta final, a Vinci estava disputando o ativo com o Mubadala Capital, que controla a Zamp, e com a Advent, que tem um forte histórico no varejo.
O valuation equivale a um múltiplo de 6,5x EBITDA, um prêmio em relação a média que as empresas de varejo negociam hoje na Bolsa, ao redor de 5x.
A própria Bloomin Brands, o controlador do Outback, negocia a 4,5x.
A Vinci está comprando 67% do capital do Outback Brasil, com a Bloomin Brands mantendo os 33% restantes. Como parte do acordo, a Bloomin ganhou uma put, que permite que ela venda a participação remanescente para a Vinci em 2028, a um múltiplo não divulgado.
A transação é majoritariamente secundária, mas também terá um componente primário, injetando recursos no caixa da empresa para continuar crescendo no Brasil.
O processo de venda do Outback Brasil já teve idas e vindas. A Bloomin Brands havia decidido vender o ativo em 2019, quando contratou o Bank of America para assessorar a transação.
Com a covid, no entanto, a companhia optou por paralisar o processo, que só retomou agora, depois que o Starboard (um fundo ativista americano) comprou 15% do capital da Bloomin Brands e começou a pressionar a gestão pela venda.
A decisão de vender a operação no Brasil tem a ver com o desempenho fraco da rede nos Estados Unidos. A ideia é usar os recursos para focar mais na expansão e na melhora da operação americana. A Bloomin Brands reportou hoje seus resultados do terceiro tri e a ação está caindo mais de 10% no pre-market com o mercado reagindo mal aos números.
O Outback Brasil fez uma receita de mais de R$ 3 bilhões no ano passado, com um EBITDA de cerca de R$ 300 milhões. A operação — que tem 200 lojas no País, todas próprias — responde por cerca de 15% da receita da Bloomin Brands. Além das 174 lojas do Outback, há 17 Abraccio e 2 Aussie. No ano passado, foram abertas 18 lojas.
Segundo uma fonte envolvida na transação, a cabeça da Vinci com o investimento é repetir o sucesso que ela teve com a tese do Burger King Brasil, que ela comprou em 2011 e fez o IPO seis anos depois. O plano é dobrar o tamanho do Outback no Brasil, chegando a mais de 300 unidades.
Hoje, a gestora tem outros dois investimentos relevantes no setor: a Domino’s Brasil e a Camarão Camarada, uma rede parecida com o Coco Bambu, mas de menor porte.
A Bloomin Brands foi assessorada pelo Bank of America e pelo Lefosse Advogados.
A Vinci teve a assessoria do Itaú BBA e do Mayer Brown.
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