Na manhã desta terça-feira (19), uma operação da Polícia Federal prendeu Flávia Santos Lima Monteiro, apontada como funcionária fantasma do Fundo Municipal de Saúde de Cabedelo e peça-chave no esquema de influência de um grupo criminoso liderado por Flávio de Lima Monteiro, conhecido como “Fatoka”. A ação, que integra a segunda fase de uma investigação em curso, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva no município de Cabedelo, na Grande João Pessoa.

Ligação entre política e crime organizado

Segundo as investigações, Flávia seria a mulher de confiança de Fatoka, agindo como elo entre a atual administração municipal e o crime organizado. Fatoka, por sua vez, é acusado de exercer controle territorial na cidade por meio de ameaças, violência e coerção, com o objetivo de influenciar processos eleitorais e manter o grupo criminoso no poder.

Os mandados também atingiram figuras políticas de destaque, como o atual prefeito, Vitor Hugo, e o prefeito eleito, André Coutinho, ambos aliados políticos. Contra o vereador Márcio Silva (União Brasil), reeleito em 2024, foi cumprido um mandado de busca e apreensão.

Esquema sob suspeita

A operação investiga a atuação de uma facção criminosa no pleito municipal, com suspeitas de compra de votos em troca de nomeações para cargos comissionados, além da prática de crimes como organização criminosa, uso de violência para coagir eleitores, lavagem de dinheiro e peculato.

Defesas e declarações

• O prefeito Vitor Hugo declarou estar tranquilo, negou envolvimento com as acusações e afirmou estar à disposição das autoridades.
• O prefeito eleito André Coutinho reforçou sua confiança na Polícia Federal e na Justiça Eleitoral, comprometendo-se a colaborar para esclarecer as suspeitas.
• O vereador Márcio Silva também se manifestou, defendendo a transparência e a legalidade, e disse não compactuar com práticas que desrespeitem o processo eleitoral.

Ações e apreensões

Durante a operação, foram apreendidos documentos e materiais que podem servir como provas ou indícios para aprofundar as investigações. Segundo a PF, a influência territorial exercida pela facção criminosa compromete a integridade do processo eleitoral e exige medidas enérgicas.