Há 20 anos, em 20 de novembro de 2004, o Brasil perdeu Celso Furtado, um dos maiores intelectuais do século 20. Nascido em Pombal, Paraíba, em 26 de julho de 1920, Furtado dedicou sua vida ao estudo da economia e à defesa de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades sociais e regionais. Economista brilhante e pensador social, sua trajetória foi marcada pela criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e sua atuação como Ministro do Planejamento durante o governo de João Goulart.

O Economista da Justiça Social

Furtado foi pioneiro em abordar o desenvolvimento econômico sob a perspectiva da justiça social. Para ele, crescimento não se resumia ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), mas ao combate às disparidades sociais e regionais. Seu trabalho como fundador da Sudene em 1959 foi emblemático nessa luta, com foco em combater a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável no Nordeste, região historicamente negligenciada.

Da FEB à Economia: Uma Jornada Inspiradora

Durante a Segunda Guerra Mundial, Furtado serviu na Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Nos momentos de folga, refletia sobre as desigualdades sociais e registrava suas impressões em diários. Essa experiência moldou sua visão crítica e seu desejo de compreender e transformar as realidades econômicas e sociais do mundo.

Exílio e Expansão do Pensamento

Após o golpe militar de 1964, Furtado foi cassado e viveu no exílio em países como França, Chile e Estados Unidos. Mesmo à distância, ele continuou contribuindo para o debate global sobre desenvolvimento econômico, escrevendo obras essenciais como "O Mito do Desenvolvimento Econômico" e "Criatividade e Dependência na Civilização Industrial".

Legado Intelectual

Sua obra mais célebre, "Formação Econômica do Brasil" (1959), permanece um marco no pensamento econômico mundial, analisando criticamente as raízes da desigualdade brasileira. Celso Furtado também foi um defensor da industrialização sustentável, sempre respeitando as especificidades regionais.

Contribuições para o Nordeste

• Desenvolvimento de políticas públicas regionais.
• Redução de desigualdades econômicas entre o Nordeste e o restante do país.
• Defesa de uma industrialização inclusiva.

Um Legado para o Futuro

Celso Furtado deixou um legado de pensamento crítico e compromisso com a justiça social, inspirando novas gerações a lutarem por um país mais igualitário.