A greve dos motoristas de ônibus em João Pessoa chegou ao segundo dia nesta terça-feira (28), impactando severamente a mobilidade urbana da capital paraibana. Durante o primeiro dia de paralisação, milhares de passageiros enfrentaram paradas lotadas, operação reduzida e dificuldades para se deslocar pela cidade.

Na segunda-feira (27), o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-13) determinou que 60% da frota de ônibus deveria estar em circulação. No entanto, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) identificou que apenas 25,49% dos veículos operaram até o meio-dia, descumprindo a decisão judicial.

A greve ocorre devido às reivindicações da categoria, que exige um reajuste salarial de 15%, além do retorno do vale-alimentação, suspenso desde 2019. Outras demandas incluem aumento no piso salarial, melhorias no auxílio-alimentação, plano odontológico e de saúde. As empresas ofereceram um reajuste de 5%, mas a proposta foi rejeitada.

Passageiros relataram esperas de mais de uma hora nas paradas, enquanto muitos recorreram a aplicativos de transporte ou caronas para chegar ao destino. A Semob liberou faixas exclusivas para ônibus em diversas avenidas para amenizar os transtornos causados pelo aumento do tráfego de veículos particulares.

O impasse entre motoristas e empresas segue sem solução. Uma nova audiência de conciliação está marcada para quarta-feira (29), mas, enquanto isso, estima-se que cerca de 100 mil pessoas sejam diretamente afetadas pela paralisação. Trabalhadores do comércio foram orientados a registrar atrasos ou faltas devido à ausência de transporte público e buscar alternativas de locomoção.

O presidente do sindicato dos motoristas, Ronne Nunes, afirmou que a categoria continuará lutando pelos seus direitos, enquanto o Sintur-JP (Sindicato das Empresas de Transporte) acusou motoristas de bloquearem a saída dos ônibus das garagens, agravando a situação.

Com a paralisação em andamento, a população enfrenta mais um dia de caos no transporte público da capital paraibana.