Fevereiro Laranja: avanços no combate à leucemia trazem novas esperanças para os pacientes
Hematologista do IPC alerta para os sinais da doença e explica como o diagnóstico e as atuais terapias podem salvar vidas
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A leucemia é um tipo de câncer que afeta a medula óssea, local responsável pela produção das células sanguíneas, como leucócitos, plaquetas e hemácias. A doença ocorre quando as células-tronco sofrem alterações genéticas e passam a produzir células imaturas, conhecidas como blastos, que se multiplicam descontroladamente.
Esse processo prejudica o desenvolvimento das células saudáveis, resultando em sintomas como cansaço excessivo, fraqueza, dores pelo corpo, febre, hematomas na pele e sangramentos. Diante desses sinais, é fundamental buscar a avaliação de um hematologista.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025, são estimados 11.540 novos casos de leucemia no Brasil, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres. Esses números correspondem a um risco estimado de 5,33 casos por 100 mil habitantes. Em 2020, ocorreram 6.738 óbitos pela doença no país, o que equivale a cerca de 3 mortes a cada 100 mil brasileiros
Segundo a Dra. Daniela Dias, hematologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), as leucemias podem ser classificadas em dois grandes grupos: agudas e crônicas. As leucemias agudas apresentam sintomas súbitos e progressão rápida, enquanto as crônicas podem ter uma evolução mais lenta e, em muitos casos, serem diagnosticadas em exames de rotina, como o hemograma. As principais classificações da doença incluem a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), a Leucemia Linfoide Crônica (LLC), a Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e a Leucemia Mieloide Crônica (LMC).
Diagnóstico e fatores de risco
A maior parte dos casos de leucemia não é hereditária. Entretanto, algumas síndromes genéticas podem aumentar a predisposição ao desenvolvimento da doença, como a Síndrome de Li-Fraumeni. Essa condição está associada a uma mutação no gene TP53, responsável por suprimir o crescimento de tumores, tornando o organismo mais suscetível ao desenvolvimento de cânceres, incluindo a leucemia.
O diagnóstico inicial da doença pode ser sugerido por um exame de hemograma, que pode revelar alterações nos glóbulos brancos e até a presença de blastos. No entanto, a confirmação é feita por meio de exames mais específicos, como o mielograma (punção da medula óssea) e a imunofenotipagem (análise de células no sangue periférico ou medula óssea). “Além disso, exames avançados de citogenética, como cariótipo, PCR e FISH, são fundamentais para classificar o risco da doença e determinar o tratamento mais adequado”, destaca a Dra. Daniela.
O tratamento da leucemia geralmente se inicia com a quimioterapia, mas pode ser complementado com diversas estratégias para consolidar a resposta ao tratamento e evitar a proliferação de células doentes. Entre essas opções estão a imunoterapia, o uso de terapias-alvo (medicamentos orais específicos para determinados tipos de leucemia), novas sessões de quimioterapia e, em alguns casos, o transplante de medula óssea.
Uma das inovações no tratamento da leucemia é a terapia genética com células CAR-T, indicada para casos específicos de Leucemia Linfoide Aguda B (LLA-B). Essa abordagem revolucionária modifica as células do sistema imunológico do próprio paciente para que elas reconheçam e ataquem as células cancerígenas. “Os avanços no tratamento da leucemia têm proporcionado melhores taxas de resposta e aumentado significativamente as chances de cura, especialmente quando a doença é detectada precocemente”, afirma a hematologista.
Prevenção e perspectivas
Embora haja poucas medidas de prevenção primária contra a leucemia, evitar a exposição a substâncias cancerígenas, como benzeno e radiação ionizante, é essencial. Além disso, manter hábitos saudáveis e realizar exames regulares podem contribuir para um diagnóstico precoce.
Apesar da gravidade da leucemia aguda, as opções de tratamento disponíveis atualmente oferecem chances reais de cura, dependendo do tipo da doença, da idade do paciente e das características genéticas do tumor. “Cada paciente é único, e o acompanhamento especializado é essencial para garantir o melhor desfecho possível. O conhecimento sobre a doença e o acesso a terapias inovadoras são aliados fundamentais na luta contra a leucemia”, conclui a Dra. Daniela.
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