Confronto Policial em João Pessoa Gera Controvérsias e Protestos
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A operação policial que resultou na morte de cinco pessoas na comunidade de Vista Alegre, em João Pessoa, no último sábado (15), gerou comoção e questionamentos sobre a ação da Polícia Militar da Paraíba. Durante o enterro de quatro das vítimas na manhã desta segunda-feira (17), a líder comunitária Janaína da Silva expressou indignação e solidariedade às famílias.
"Estou aqui como liderança comunitária, defendendo minha comunidade e dando apoio às mães, porque, independente de qualquer coisa, sou mãe, e quando uma mãe perde um filho, todas perdem", declarou Janaína.
O secretário de Segurança Pública da Paraíba, Jean Nunes, afirmou que os policiais "foram recebidos a bala" e que, diante da situação, agiram "no estrito cumprimento do dever legal". No entanto, a retirada dos corpos do local da ação sem a realização da perícia levantou suspeitas e revolta entre os moradores.
As vítimas identificadas foram:
- Cristiano Lucas, 16 anos
- Alexandre Bernardo de Brito, 16 anos
- Emerson Almeida da Silva de Oliveira, 25 anos
- Fábio Pereira da Silva Filho, 26 anos
Protestos e Dúvidas Sobre a Ação Policial
A principal dúvida levantada pela comunidade é: por que a perícia não foi feita no local? Após os disparos, os cinco baleados foram levados para o Hospital de Trauma de João Pessoa, mas já chegaram à unidade sem vida. Ainda não há confirmação se as mortes ocorreram no local da ação ou durante o deslocamento.
Moradores de Vista Alegre organizaram protestos exigindo esclarecimentos e justiça.
Conexão com Caso de Feminicídio
Segundo informações da polícia, o confronto está relacionado a um caso de feminicídio ocorrido no município do Conde, no sábado (15). Uma das vítimas da operação policial era filho da mulher assassinada. Ele teria reunido um grupo para vingar a morte da mãe quando foi interceptado pela PM.
A mãe do jovem foi morta a facadas após um conflito com um homem que, segundo as investigações, teria agido por represália após ela ajudar uma amiga a solicitar uma medida protetiva contra ele. No ataque, uma criança também foi ferida, mas sobreviveu. O suspeito do feminicídio fugiu, mas foi preso na manhã desta segunda-feira (17).
O caso segue em investigação, enquanto a comunidade e familiares das vítimas cobram explicações sobre a conduta policial na operação.
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